A cirurgia de redesignação, em que são criadas a genitália externa e a vagina, é mais uma etapa do processo transexualizador realizado pelo Ambulatório TX, criado em 2017 pelo Hospital Estadual Alberto Rassi - HGG para atender à demanda da população transexual do Estado, até então atendida apelas pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), que atualmente está com as cirurgias suspensas. Desde sua criação, 515 pessoas passaram pelo serviço, sendo que somente em 2021 230 já foram atendidas pelo ambulatório, que já realizou 5.277 atendimentos ambulatoriais e 27 cirurgias, sendo 14 plásticas e 13 ginecológicas. Entre os atendimentos ambulatoriais, o destaque é para psicologia, que realizou 2.490 atendimentos. Até então, o hospital realizava procedimentos de histerectomia vaginal, que é a retirada do útero, e a mastectomia, a retirada dos seios. Os dois procedimentos realizados até então eram direcionados aos homens trans.
Para a responsável pelo Ambulatório TX, a ginecologista Margareth Rocha Giglio, o início das cirurgias redesignadoras é uma conquista para o hospital, para a população trans e para toda a sociedade. “Na verdade a gente vai ter benefício para o paciente, que vai poder operar depois de um longo período de procura. Essa cirurgia é feita em poucos lugares do país e hoje ser paciente do HGG é a única forma de se fazer a cirurgia no Estado; para o hospital, já que ele se firma cada vez mais como um hospital de atendimento terciário, especializado em cirurgias complexas; e para a sociedade, que tem um referencial para poder encaminhar essa população trans.”
*Matéria da TV Brasil Central, exibida no dia 02/10/2021, no programa De bem com a vida.